Buenos Aires, 26 de outubro de 2025 — A Argentina encerrou neste domingo suas eleições legislativas de meio mandato com um dado preocupante: a participação popular foi a mais baixa desde o retorno da democracia em 1983. Apenas 66% dos eleitores compareceram às urnas, segundo dados oficiais da Câmara Nacional Eleitoral.
O pleito renovou 127 das 257 cadeiras da Câmara dos Deputados e 24 dos 72 assentos do Senado, sendo considerado um teste crucial para o governo do presidente Javier Milei, que busca ampliar sua base de apoio no Congresso para viabilizar sua agenda de reformas econômicas.
📉 Fatores que influenciaram a baixa participação
Especialistas apontam que a fadiga eleitoral, a crise econômica persistente e a desilusão com a classe política contribuíram para o alto índice de abstenção. Em comparação, as últimas três eleições legislativas registraram participações de 79%, 76% e 71%, respectivamente.
Além disso, o clima de polarização e o ritmo acelerado das mudanças propostas por Milei podem ter gerado insegurança entre os eleitores. “Há uma sensação de que o voto não muda nada, o que é perigoso para qualquer democracia”, afirmou o analista político argentino Martín Rodríguez.
🏛️ Impacto político
O resultado das urnas será decisivo para os próximos dois anos do governo Milei. Seu partido, La Libertad Avanza, tenta transformar sua minoria parlamentar em uma força capaz de aprovar reformas estruturais, como privatizações e cortes de gastos públicos.
A apuração dos votos começou às 18h e os primeiros resultados oficiais devem ser divulgados por volta das 21h (horário de Brasília). Até lá, pesquisas de boca de urna estão proibidas por lei.
📌 Conclusão
A baixa participação levanta um alerta sobre o engajamento cívico na Argentina e coloca em xeque a legitimidade política de futuras decisões legislativas. Enquanto o país aguarda os resultados finais, o governo Milei enfrenta o desafio de reconquistar a confiança da população e provar que suas propostas têm respaldo popular.
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